HOMILIA -MISSA DE FINADOS

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Somos convidados a estar vigilantes porque o Senhor pode chegar a qualquer hora. O que isto quer dizer na prática? Quer dizer que podemos morrer a qualquer hora, quer dizer que podemos também perder as condições de vida normal e sermos inutilizados para qualquer tarefa, como resultado de uma enfermidade ou de um acidente inesperado, quer dizer que o mundo pode acabar quando menos esperamos. No fim dos tempos, o Senhor voltará em sua glória para julgar os vivos e os mortos. Esta afirmação faz parte da nossa profissão de fé. 

Como acontecerá, quando acontecerá? Só o Pai sabe. Por isso a melhor coisa é ficar de prontidão para não sermos surpreendidos. Bem-dispostos, fazendo o bem, prontos para acolher o Senhor que chega, assim queremos estar quando ele vier. Felizes os servos que o senhor encontrar acordados, fazendo o bem e não desatentos, desinteressados, praticando o mal, maltratando o próximo. No fim dos tempos haverá a ressurreição de todos e o juízo universal. Antes desse fim glorioso para o qual queremos estar preparados, há o fim do tempo de cada um de nós. Para este devemos estar atentos e vigilantes como se fosse o dia do juízo universal. Na porta de entrada da eternidade, Jesus dirá o que já sabemos: “Eu tive fome, e você me deu de comer”.

O Evangelho de hoje quer nos dizer que viver distraído é esquecer o objetivo da nossa vida e da fé, é querer ir para o céu mas sem obras que sejam agradáveis a Deus. A partir da Palavra de Deus e dos Mandamentos, o cristão sabe de onde vem, para onde vai e como chegar ao céu; conhece o objetivo e os meios para ir e as dificuldades.  A exortação à vigilância e à responsabilidade repetem-se com frequência na pregação de Jesus por duas razões: porque Jesus nos ama e nos vela; e porque que ama não adormece. E, porque o inimigo, o diabo, não para de nos tentar.

Jesus nos mostra que existe o perigo de O perdermos, caso não nos preparemos devidamente para a sua vinda. Segundo Santo Agostinho, trazer as “lâmpadas acesas”, significa manter-se vigilante mediante a prática das boas obras.  Significa conservar-se na disposição virtuosa de quem se orienta de acordo com a reta razão e não se deixa guiar pelos movimentos impetuosos das paixões. Quem é vigilante deixa-se guiar pelo amor divino. Cada pessoa, conduzida pelo Espírito divino, é chamada a celebrar a vida e, no abismo da divina sabedoria, viver a vertigem do amor e da misericórdia.   

«Vós também ficai preparados! » (Lc 12,40). Com essas palavras Jesus nos exorta à vigilância, ou seja, eu e você precisamos estar preparados para a vinda do Senhor, por isso essa exortação representa uma chamada à fidelidade a palavra de Deus. Se soubéssemos quando seria o nosso último dia certamente faríamos o melhor da nossa vida, iríamos amar a todos, perdoar a todos, servir a todos. O que nos impede de viver vigilante no dia de hoje? Temos a responsabilidade de saber dar resposta à Deus pelos bens espirituais que recebemos Dele junto com a nossa vida. Temos que ser fiéis àquilo que Deus nos confiou: vida, família, trabalho, amigos, fé, etc. Temos que administrar bem aquilo que Deus nos confiou. Mesmo sabendo das nossas fraquezas e pecados, Deus nos confiou dons, talentos e carismas.

O importante é não se desviar, não se distrair do caminho proposto por Deus para chegarmos à salvação. É manter-se sempre alerta, acordado, e esperar até o final pela segunda vinda gloriosa do nosso Senhor Jesus Cristo. Feliz é quem está assim procedendo! Porque o próprio Senhor passando o servirá, como fez na Última Ceia, com seus Apóstolos.

O evangelho de hoje nos leva a perguntar: porque adiamos tantas vezes a salvação? por que deixamos de fazer hoje o bem que nos leva a salvação? Que o Evangelho de hoje nos leve a gerar um sentimento de comprometimento com a obra de Deus, através da Igreja, para que o Senhor nos encontre vigilantes, na messe do Senhor.