Aumentar Fonte +Diminuir Fonte -O Evangelho de hoje tem como pergunta principal: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” Esta pergunta foi feita a Jesus porque, em sua época havia duas teorias sobre a salvação entre os rabinos: uns diziam que todos se salvariam, simplesmente pelo fato de pertencer a Israel, o Povo eleito de Deus. Outra corrente mais rigorista dizia que a salvação seria privilégio de poucos e por isso diziam: «o mundo futuro será consolação para poucos, tormento para muitos» (IV Esdras).
Por um lado Jesus responde que a salvação é para toda a humanidade quando diz: “Hão-de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus” (Lc 13,29) e a profecia de Isaías afirma: “Eu virei reunir todas as nações e todas as línguas, para que venham contemplar a minha glória” (Is 66,18). Mas por outro lado Jesus adverte os que tinham uma visão laxista e simplista da salvação: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir”(Lc 13,24), ou seja, é preciso levar à sério a vivência da religiosidade, é preciso viver com responsabilidade a liberdade que Deus nos dá, caso contrário estaremos nos iludindo e falseando a verdade de fé que diz que o ser humano pode perder a sua salvação se não conciliar fé e vida (cf. Catecismo 1.305-1306).
“Aí haverá choro e ranger de dentes” significa que os que perderão a salvação terão um remorso desesperado e inútil, uma raiva cheia de ódio e de inveja consigo mesmos, por não terem se esforçado para alcançar a salvação que Deus lhes propôs através dos Profetas e Sacerdotes. Aqueles que terão feito o mal serão afastados da salvação. Aqueles que terão feito o bem estarão no número dos eleitos, dos salvos (cf. Mt 25.34).
Jesus quer dizer que não é pelo simples fato de alguém ser batizado, de pertencer ao Povo de Deus, de ter participado da catequese, e ter uma ou outra vez participado da Eucaristia que a pessoa têm assegurada a salvação de forma mágica. Não há como comprarmos a salvação, nem os sacramentos, nem as bençãos, pois tudo é dom gratuito de Deus. Para salvar-se é preciso aderir à Jesus Cristo colocando em prática o que aprendemos com Ele, com sua Palavra, com a catequese, com as pessoas que passaram pela nossa vida e nos deram um testemunho de fé. A fé precisa ser vivida diariamente, pois a salvação é uma construção diária. O acesso à salvação é algo a que se responde – positiva ou negativamente – todos os dias e que nunca é um dado totalmente definitivo.
São Tiago nos diz: \"a fé se não tiver obras, é morta em si mesma\" (Tg 2,17). O que Jesus nos pede como obras de salvação não são impossíveis de serem vividas. É dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir o que está nú, visitar os enfermos e presos, acolher os andarilhos (cf. Mt 25, 35ss). É ter uma vida sacramental pois através dos sacramentos somos santificados, de modo especial através da Eucaristia. É ter uma vida de oração em família e comunitariamente. É refletir e viver a Palavra de Deus, pois \"a palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração (Dt 30,14)\". É procurarmos ter as razões da nossa através de uma formação doutrinal e catequética adequada. Jesus nos convida ainda a vivermos a justica, a misericórdia, a equidade, mas acima de tudo o amor, por que \"o amor é o pleno cumprimento da Lei\" (Rm 13,10).
Portanto a salvação é um dom, um presente de Deus Pai. Foi Ele quem tomou a iniciativa de nos dar o seu Filho Jesus, para fazer de nós pessoas salvas, como nos diz São João: «Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna» (Jo 3,16). Jesus é o único mediador e realizador desta salvação, como nos lembra São Lucas: \"Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos.\"(At 4,12), ou seja, que só em Jesus Cristo encontramos a Redenção e a Salvação, que Ele está no centro da nossa vida de relação com Deus. Que sem Ele não podemos chegar à Deus Pai, aos céus e à salvação. É preciso que cada um se esforce diariamente por alcançar esta salvação pois, ela é uma tarefa individual, livre, dentro da família de Deus que é a Igreja, através do seguimento de Jesus Cristo. Deus quer salvar-nos, contando conosco, pois não são as boas obras dos outros que nos salvam, mas a luta pessoal pela fidelidade ao Senhor. São Paulo nos diz que \"os sofrimentos da vida presente não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser revelada\" (Rm 8,18).
Pe. Valdir Luiz Koch
O Evangelho de hoje tem como pergunta principal: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” Esta pergunta foi feita a Jesus porque, em sua época havia duas teorias sobre a salvação entre os rabinos: uns diziam que todos se salvariam, simplesmente pelo fato de pertencer a Israel, o Povo eleito de Deus. Outra corrente mais rigorista dizia que a salvação seria privilégio de poucos e por isso diziam: «o mundo futuro será consolação para poucos, tormento para muitos» (IV Esdras).
Por um lado Jesus responde que a salvação é para toda a humanidade quando diz: “Hão-de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus” (Lc 13,29) e a profecia de Isaías afirma: “Eu virei reunir todas as nações e todas as línguas, para que venham contemplar a minha glória” (Is 66,18). Mas por outro lado Jesus adverte os que tinham uma visão laxista e simplista da salvação: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir”(Lc 13,24), ou seja, é preciso levar à sério a vivência da religiosidade, é preciso viver com responsabilidade a liberdade que Deus nos dá, caso contrário estaremos nos iludindo e falseando a verdade de fé que diz que o ser humano pode perder a sua salvação se não conciliar fé e vida (cf. Catecismo 1.305-1306).
“Aí haverá choro e ranger de dentes” significa que os que perderão a salvação terão um remorso desesperado e inútil, uma raiva cheia de ódio e de inveja consigo mesmos, por não terem se esforçado para alcançar a salvação que Deus lhes propôs através dos Profetas e Sacerdotes. Aqueles que terão feito o mal serão afastados da salvação. Aqueles que terão feito o bem estarão no número dos eleitos, dos salvos (cf. Mt 25.34).
Jesus quer dizer que não é pelo simples fato de alguém ser batizado, de pertencer ao Povo de Deus, de ter participado da catequese, e ter uma ou outra vez participado da Eucaristia que a pessoa têm assegurada a salvação de forma mágica. Não há como comprarmos a salvação, nem os sacramentos, nem as bençãos, pois tudo é dom gratuito de Deus. Para salvar-se é preciso aderir à Jesus Cristo colocando em prática o que aprendemos com Ele, com sua Palavra, com a catequese, com as pessoas que passaram pela nossa vida e nos deram um testemunho de fé. A fé precisa ser vivida diariamente, pois a salvação é uma construção diária. O acesso à salvação é algo a que se responde – positiva ou negativamente – todos os dias e que nunca é um dado totalmente definitivo.
São Tiago nos diz: \"a fé se não tiver obras, é morta em si mesma\" (Tg 2,17). O que Jesus nos pede como obras de salvação não são impossíveis de serem vividas. É dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir o que está nú, visitar os enfermos e presos, acolher os andarilhos (cf. Mt 25, 35ss). É ter uma vida sacramental pois através dos sacramentos somos santificados, de modo especial através da Eucaristia. É ter uma vida de oração em família e comunitariamente. É refletir e viver a Palavra de Deus, pois \"a palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração (Dt 30,14)\". É procurarmos ter as razões da nossa através de uma formação doutrinal e catequética adequada. Jesus nos convida ainda a vivermos a justica, a misericórdia, a equidade, mas acima de tudo o amor, por que \"o amor é o pleno cumprimento da Lei\" (Rm 13,10).
